

Dor fantasma: o que é e como tratar?
A dor fantasma refere-se a sensações dolorosas contínuas que parecem vir da parte de um membro que não está mais lá. o membro se foi, mas a dor é real..
Acredita-se que quase 80% da população de amputados em todo o mundo tenha experimentado esse tipo de dor.
Ou seja, esta é uma condição comum para a maioria das pessoas após a cirurgia de amputação. Os sintomas geralmente melhoram com o tempo.
O início da dor fantasma ocorre mais frequentemente logo após a cirurgia de amputação. Além disso, o paciente pode sentir diversos sintomas, como queimação, torção, coceira ou pressão.
Para a maioria das pessoas, este sintoma diminui em frequência e duração durante os primeiros seis meses após a amputação. No entanto, muitos pacientes continuam a experimentar algum nível dessas sensações por anos, caso não recebam o tratamento apropriado.
Um ponto delicado é que os pacientes com este desconforto, muitas vezes, relutam em dizer a alguém o que estão sentindo por medo de serem considerados “loucos”.
Todavia, é importante relatar essas dores assim que começar a senti-las para que o tratamento possa ser iniciado.
Por que ela ocorre, se o membro não existe mais?
Ao contrário da dor causada por trauma diretamente em um membro, acredita-se que a dor fantasma ocorra por sinais mistos do cérebro ou da medula espinhal.
Este é um conceito importante a ser considerado, porque o tratamento para essa dor tem diferenças em relação ao tratamento que você receberia para outros tipos de dor.
Assim, todas as novas terapias para a dor fantasma envolvem tentar alterar os sinais do cérebro ou da medula espinhal.
Tal como acontece com qualquer outro tipo de dor, o paciente pode descobrir que certas atividades ou condições irão desencadeá-la. Alguns desses gatilhos podem incluir:
- Urinar ou defecar;
- Relação sexual;
- Alterações na pressão do ambiente;
- Herpes zoster;
- Exposição ao frio.
Assim, esta informação é bastante importante e deve ser relatada ao médico, pois pode auxiliar no tratamento.
Isso porque, se o paciente notar algum gatilho específico, ele poderá ser controlado. Por exemplo, poderemos prevenir a constipação ou indicar que o paciente pare de fumar.
Existem gatilhos que não podemos controlar, mas o fato do paciente conhecê-lo já pode ajudar. Por exemplo, não podemos controlar a pressão atmosférica, mas o paciente pode entender que sua dor será mais severa em dias com grandes mudanças no clima.
Como é a dor? Existem outros sintomas associados?
O paciente pode sentir a dor fantasma logo após a amputação ou mesmo nas semanas ou meses seguintes e ela pode ser contínua ou imprevisível.
Esta dor pode se manifestar de diversas formas. Assim, o paciente poderá sentir:
- Dores afiadas;
- Dores latejantes;
- Comichão;
- Queimação;
- Cãibras.
O tempo que a dor dura difere de pessoa para pessoa. Assim, ela pode durar segundos, minutos, horas ou dias.
Além disso, a dor muitas vezes parece estar localizada na parte que está a maior distância do corpo saudável. Por exemplo, após uma amputação da perna, o pé (que não está mais lá) pode sentir uma dor fantasma.
Muitas vezes, é pior à noite, quando os pensamentos se voltam para dentro à medida que as distrações externas diminuem.
Como é o tratamento para esta dor? A dor fantasma tem cura?
A dor fantasma, eventualmente, desaparece com o tempo. Muitos pacientes relatam uma diminuição de cerca de 75% ou mais da dor dentro de dois anos após a cirurgia de amputação.
Inclusive, caso o paciente melhore, mas a dor volte com o tempo, é importante falar com o médico, pois isso pode indicar um problema subjacente, como por exemplo, um neuroma (crescimento excessivo do nervo).
O tratamento da dor pode envolver o uso de medicamentos ou outras terapias.

Medicamentos para a dor do membro fantasma
Existem muitas categorias diferentes de medicamentos que podem diminuir a dor e cada um deles é pensado para trabalhar em diferentes tipos de sensações de dor.
As categorias mais comuns são os antidepressivos e anticonvulsivantes e podemos também trabalhar com uma combinação de outros medicamentos, além de definir bem o horário para tomar o remédio.
Por exemplo, os antidepressivos normalmente usados funcionam melhor se administrados na hora de dormir e, geralmente, são tomados ao mesmo tempo que os anticonvulsivantes.
Encontrar os medicamentos certos – com o menor número de efeitos colaterais – exigirá que o paciente e o médico trabalhem juntos.
Tratamentos não medicamentosos para dor no membro fantasma
Existem terapias alternativas ou complementares que podem ser úteis para a redução da dor, por exemplo:
- Acupuntura;
- Massagem do membro residual;
- Uso de um redutor;
- Reposicionamento do membro residual apoiando em um travesseiro ou almofada;
- Biofeedback;
- TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea).
Existe alguma forma de prevenção da dor fantasma?
Atualmente, existem técnicas cirúrgicas que podem ser realizadas com o objetivo de evitar a dor e facilitar a reabilitação.
Alguns estudos sugerem que o uso de anestesia espinhal e geral em conjunto durante a cirurgia de amputação de membros pode diminuir o risco de dor no membro fantasma, porém mais estudos são necessários para uma conclusão concreta.

Como vimos, esta é uma questão delicada, pois o paciente pode sentir a dor e não compreender ou não ter coragem de procurar ajuda.
A informação antes de realizar a cirurgia é essencial e pode fazer toda a diferença.
Procure uma equipe de especialistas que possa te auxiliar no processo de adaptação e reabilitação após o procedimento!
Formação Dr. André Kirihara
- Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí;
- Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP);
- Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (SBMFR);
- Preceptor na Especialidade de Medicina Física e Reabilitação no HCFMUSP nos anos de 2015 e 2016;
- Certificação em Tratamento por Ondas de Choque pela Sociedade Médica Brasileira de Tratamento por Ondas de Choque (SMBTOC) e pela International Society of Medical Shockwave Treatment (ISMST);
- Membro Efetivo da SMBTOC e ISMST desde 2015;
- Médico Assistente do Ambulatório de Pesquisa em Tratamento por Ondas de Choque do Instituto de Medicina de Reabilitação (IMREA) do Hospital das Clínicas da USP / Rede Lucy Montoro;
- Médico da Axis Clínica de Coluna.

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DR. ANDRÉ KIRIHARA
Graduado na Faculdade de Medicina de Jundiaí e Residência em Medicina Física e Reabilitação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Também é Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação ( SBMFR ).
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Dor do Membro Fantasma – Saiba Mais
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Dor Fantasma
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Dor Residual no Membro
Sensação fantasma.
- Sensações Pós-Amputação

A Dor do Membro Fantasma pode ser definida como “dor que está localizada na região de uma parte removida do corpo”. É um fenômeno clínico pouco compreendido que continua a ser objeto de intensas pesquisas devido às naturezas aguda e crônica da condição.
Neste artigo, saiba mais sobre a Dor do Membro Fantasma, quais são os tipos em que ela ocorre e as formas de controlar.
Compreenda a Dor do Membro Fantasma
A maioria das pessoas sente alguma dor após a cirurgia . Faz parte do processo de cura e geralmente diminui à medida que os tecidos se reparam. No entanto, não é tão simples se você estiver se recuperando de uma amputação.
Depois que a dor pós-cirúrgica inicial diminui, algumas pessoas podem experimentar vários tipos de sensações. Alguns podem ser dolorosos e desagradáveis, e outros podem ser estranhos e desconcertantes.
A amputação às vezes é necessária em casos de trauma – como ferimentos em acidentes de carro ou em combate militar. Algumas condições médicas também progridem até o ponto em que a amputação é necessária. E pessoas com doenças vasculares, com diabetes e até mesmo com certos tumores podem, eventualmente, precisar de uma amputação.
Tipos de Sensações Pós-Amputação
Depois da incisão cirúrgica inicial e da cicatrização dos tecidos mais profundos, muitos amputados relatam sensações associadas ao membro removido. É importante diferenciar os tipos de sensações para entendê-las e tratá-las.
Às vezes, você pode sentir que uma parte removida do corpo ainda está no lugar.
Pode ser um braço ou uma perna, mas pode até acontecer com pacientes com câncer de mama que fizeram uma mastectomia. Essas mulheres, às vezes, têm a sensação de que o seio ainda está lá.
O paciente tem a sensação de que seu membro ausente ainda está lá, mas que encolheu a um tamanho muito pequeno. Não há menção de dor com esse tipo comum de sensação. A maioria dos pacientes experimenta sensações fantasmas em torno de seis meses após uma amputação.
Os pacientes que a experimentam relatam uma sensação real de dor, variando de leve a forte, na parte do corpo ausente. Os pacientes costumam sentir pressão, coceira ou mesmo queimação.
Cerca de 95% dos pacientes relatam sentir dor relacionada à amputação e 80% sentem dor fantasma.
É difícil determinar a frequência precisa, porque os pacientes, muitas vezes, demoram a relatar a condição ao seu médico. A sensação é muito real, mas eles podem olhar claramente e ver que o membro se foi. Assim, a preocupação de que seu médico possa começar a duvidar de sua sanidade pode dificultar e atrasar o relato das sensações.
Esse tipo de dor ocorre na parte do membro que permanece após a amputação.
No local da amputação, algumas pessoas desenvolvem um neuroma. Isso ocorre quando uma terminação nervosa cortada forma uma pequena bola em sua extremidade durante a cicatrização ou fica presa na linha de sutura quando o cirurgião fecha a incisão.
Não é uma dor fantasma, mas uma dor originada na terminação nervosa cortada. Próteses mal ajustadas ou hematomas também podem causar dor residual nos membros.
Como Controlar a Dor Pós-Amputação
O sucesso do tratamento para a dor pós-amputação depende do seu nível de dor e dos vários mecanismos que desempenham um papel em causá-la.
Muitos tratamentos podem ser tentados, incluindo:
- Aplicação de calor;
- Massagem na área da amputação;
- Biofeedback para reduzir a tensão muscular no membro residual.
Outros tratamentos que podem ser tentados são:
- Acupuntura;
- Medicamentos (como anticonvulsivantes e antidepressivos);
- Em algumas situações, cirurgia para remover o tecido cicatricial que envolve um nervo.
Normalmente, a melhor abordagem é combinar vários tratamentos.
Outros tratamentos podem incluir estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) do membro residual. Às vezes, o uso de TENS na parte do membro que ainda está presente pode ajudar com a dor no membro fantasma. Você pode se beneficiar com a fisioterapia e com o uso de um membro artificial (prótese).
Um tratamento que está se tornando mais popular é a terapia do espelho. Para esta terapia, você coloca um espelho de forma que o reflexo do seu membro intacto pareça com o seu membro ausente. A terapia do espelho pode ajudar algumas pessoas que têm dor fantasma nos membros.
Quando outros tratamentos falham, a estimulação elétrica da coluna pode ser tentada para aliviar a dor crônica do membro fantasma.
Se você está lidando com sensações pós-amputação, é muito importante ter o acompanhamento de um médico especialista em dor . O tratamento precoce por um especialista experiente em controle da dor pode reduzir as chances de que o problema se transforme em algo mais grave no futuro.
Mais Informações sobre Dor do Membro Fantasma na Internet:
- Mayo Clinic
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Última data de revisão: quarta, 18 de outubro de 2023

Dor do membro fantasma

Dra. Teresa Fontinhas | Medicina Geral e Familiar
Hospital de Santa Maria, Lisboa
Dor Fantasma:
- Incidência- 42-78%
- Mais frequente a nível dos membros, mas também a nível ocular, língua, dentes, mama, intestino, bexiga.
- Descrita em casos de ausência congénita de membros.
- Muitas vezes associada a perturbações emocionais do tipo depressivo.
- Imediata ou anos após a amputação.
- Picos mais frequentes-1omês/2oano.
- Sexo feminino.
- Amputação do membro superior.
- Dor prolongada antes da amputação (ex: dor isquémica)
- Dor residual após a amputação.
- Resultado da neuroplasticidade periférica e central
- Componente psicogénico
- “Body Schema”-representação corporal no córtex cerebral e suas alterações.
- Farmacológica Precoce - prevenção da Dor Fantasma através de Bloqueios nervosos centrais/periféricos, no acto anestésico. Subsequente - medicação eficaz da dor do pós operatório, identificação e terapêutica da Dor Neuropática.
- Fármacos mais utilizados: Analgésicos, Paracetamol, Opióides “fracos” (Tramadol, tapentadol, codeína), Opióides fortes (Hidromorfona, Oxicodona, Fentanil, Buprenorfina).
- Gabapentinóides—Carbamazepina, Gabapentina, Pregabalina
- Antidepressivos---Amitriptilina, Duloxetina, Fluoxetina, Venlafaxina.
- Terapêuticas tópicas Pach de lidocaína, Pach de Capsaícina.
- Bloqueios ecoguiados periféricos.
- Estimulação Eléctrica Transcutânea (TENS)
- Radiofrequência
- Neuroestimulação medular
- Outras - Apoio psicológico, Hipnose Clinica, Acupunctura.
A Dor do membro fantasma é muito mais frequente do que inicialmente estudado. A melhor terapêutica será a que efectivamente alivia o doente. A abordagem Multidisciplinar numa terapêutica Multimodal será sempre a melhor opção.
Bibliografia e referências:
1. Crossberg et al ”Phantom Limb Pain” Mechanism and treatment Appoaches, Pain Research and Treatment 2011.
2. Solerkis et al “Optimized peri-operative analgesia reduces chronic phantom limb pain........Anesthesiology” vol14 no5 pag 1144-1154, 2011
3. Abordagem Terapêutica da Dor Neuropática no adulto e no idoso - Cir. Normativa no001/2014 de 10/04/2014
4. Tratamento Farmacológico da Dor Neuropática no adulto e idoso – Cir. Normativa no043/2011 atualizada 28/10/2014.


Dor fantasma: características, sintomas e possíveis tratamentos

A dor fantasma é um problema que atrapalha a vida de milhares de pessoas que passaram por um processo de amputação.
Com o avanço da medicina, dos exames de imagem e dos estudos médicos, notamos que essa situação não se trata apenas de uma questão imaginária ou psicológica.
Diversos estudos têm sido realizados e graças a pesquisas recentes, notamos que é possível tratar a dor fantasma que atrapalha a qualidade de vida de pessoas que perderam alguma parte do corpo.
Você sabe o que é a dor fantasma , suas características e os possíveis tratamentos para o problema? Se tem dúvidas sobre o assunto e não sabe onde se informar, chegou ao local certo! Confira o post completo sobre o tema e deixe seu comentário no final da matéria. Tenha uma ótima leitura!
Afinal, o que é a dor fantasma?
Antes de mais nada, vamos entender do que se trata essa situação. A dor fantasma é uma dor que o(a) paciente sente em um membro que já foi amputado.
Ou seja, mesmo sem ter aquela parte do corpo, a pessoa ainda assim sente dores na área que já foi retirada. Isso acontece mais comumente em pernas, pés e braços. Entretanto, também pode ocorrer em outras áreas do corpo, como em dedos e seios, por exemplo.
Vale a pena ressaltar que na medicina chamamos um membro amputado de membro fantasma. Pessoas que são amputadas costumam relatar que às vezes sentem que ainda possuem a parte do corpo que foi retirada. Chamamos essa impressão de sensação do membro fantasma. Contudo, essa sensação se difere muito da dor fantasma , uma vez que as dores relatadas pelos pacientes são as mais diversas, tais como:
- Esmagamento;
- Latejamento;
- Sensação de tiros;
- Alfinetadas e agulhadas;
- Formigamento extremo;
- Dentre outras impressões.
Como isso acontece?
Iremos falar brevemente sobre como isso ocorre e você perceberá que não se trata apenas de algo psicológico. Segundo alguns estudos, os nervos que ligavam a parte amputada com o restante do corpo não são totalmente destruídos após a amputação.
Assim, devido a essas terminações nervosas que ainda existem no membro restante, bem como, graças aos neurônios do(a) paciente, existe a sensação de que o membro ainda está presente no corpo do indivíduo.
Apenas ter essa percepção não faz mal algum. O problema é quando o paciente começa a desenvolver a dor fantasma e isso atrapalha severamente a sua qualidade de vida.
Quais são os sintomas desse problema?
Além das dores supracitadas como esmagamento e sensação de facadas, muitos pacientes que sofrem desse mal têm as suas vidas prejudicadas devido a esse problema. Desse modo, as dores são, na imensa maioria dos casos, associadas a outras adversidades, como:
- Irritabilidade e problemas de relacionamento interpessoal;
- Ansiedade e até mesmo TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizado);
- Dentre outros problemas de saúde.
Sempre pedimos aos pacientes amputados que fiquem atentos aos sinais do seu corpo. Assim, caso haja alguma eventualidade e início de qualquer um dos problemas que citamos acima, indicamos uma visita a um médico especialista em dor o quanto antes para evitar o agravamento da doença.
Causas dessa situação
Conforme falamos anteriormente, esse problema ocorre devido às terminações nervosas que existem em nosso corpo. Mesmo após ter um membro retirado, ainda existem nervos que reconhecem sensações e impressões e as transmitem para a medula espinhal e para o cérebro.
Alguns pacientes amputados sentem a dor fantasma apenas nas primeiras semanas após a amputação. Porém, existem pessoas que sofrem desse mal por meses e até mesmo por anos.
Ah! Existe ainda uma outra curiosidade sobre essa enfermidade: temos alguns pacientes que relatam sofrer com essas dores em áreas extremas amputadas, como por exemplo, no pé de uma perna que já foi amputada.
Fatores de risco para o desenvolvimento desse problema
Agora que você já entendeu melhor do que se trata esse problema, vamos em frente. Iremos discorrer abaixo sobre alguns fatores que podem ocasionar a dor fantasma . Portanto, fique de olho a esses sinais e converse com um médico caso você (ou um amigo e/ou familiar) estejam com as seguintes características:
- Se existe a necessidade de uma amputação, é recomendado que a área que será operada esteja sem dor alguma e sem nenhuma infecção. Diversas pesquisas apontam que a maioria dos locais amputados que sofriam com dor ou infecção, geram após a cirurgia problemas como as dores fantasmas;
- Se o paciente precisar passar pela amputação devido a algum acidente ou realizar uma amputação traumática, isso pode facilitar o surgimento da dor fantasma ;
- A cirurgia de amputação precisa ser realizada por um cirurgião e anestesista capacitados. Alguns estudos apontam que a técnica cirúrgica utilizada influencia na ocorrência da dor fantasma.
Vale a pena salientar que algumas pessoas começam a ter esse problema com sintomas leves e sutis, como:
- Leves contrações;
- Frio ou calor, ou seja, sensações térmicas.
Portanto, a qualquer um desses sinais busque um especialista o quanto antes. Assim, você pode iniciar o tratamento antes do agravamento da doença.
Quais são os possíveis tratamentos para a dor fantasma?
Alguns estudos afirmam que cerca de 90% dos amputados passam por esse problema após a amputação. Entretanto, a maioria dos pacientes apresenta melhora do quadro após alguns dias ou semanas da cirurgia.
Todavia, caso a dor fantasma persista, ela deve ser tratada adequadamente e com rapidez. Desse modo, ela não atrapalha a qualidade de vida do(a) paciente e não se torna um impedimento para o seu bem-estarapós a cirurgia.
Confira abaixo alguns possíveis tratamentos para esse problema, veja!
Existem remédios para a dor fantasma?
Sim. Existe tratamento medicamentoso que pode ser muito útil no combate dessas dores, bem como, no alívio dos sintomas. Dentre os principais remédios podemos citar alguns, como:
- Analgésicos: ácido acetilsalicílico (aspirina), ibuprofeno, acetaminofeno (paracetamol) etc.;
- Antidepressivos: imipramina, amitriptilina,, etc.;
- Sedativos como a benzodiazepina;
- Anticonvulsivantes, como a gabapentina.
Podemos aliar o tratamento medicamentoso à prática de alguns exercícios fisioterápicos. Desse modo, os profissionais da fisioterapia costumam realizar algumas atividades, como:
- Séries de movimentos ativos com a parte restante do membro que foi amputado;
- Exercícios resistidos e alguns movimentos que induzem o corpo a receber estímulos.
Hidroterapia
A hidroterapia pode possibilitar uma melhora significativa dos sintomas ocasionados pela dor fantasma . Afinal, na água é possível desenvolver um arsenal de exercícios e movimentos que são, muitas vezes, impossíveis de serem executados no solo.
Além disso, notamos que muitos pacientes se sentem menos estressados e até mais satisfeitos em desenvolverem as atividades na água.
Essa é a sigla originária do inglês para o “Estimulação Elétrica Transcutânea do Nervo”. Esse tratamento produz alguns estímulos que diminuem drasticamente a dor sentida pelos pacientes de dor fantasma e de diversos outros problemas.
De maneira direta e resumida, a TENS produz correntes elétricas de baixa intensidade através de via transcutânea (que se faz através da pele) e isso tem alto poder de analgesia. Ou seja, esse tratamento ajuda no combate a dores diversas e possibilita uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Crioterapia
Essa técnica terapêutica usa sondas ou sprays de baixa temperatura para “resfriar” áreas específicas do corpo do(a) paciente. Desse modo, as dores, incômodos e mal-estares diminuem muito graças a esse recurso terapêutico.
Outro tratamento muito indicado para a dor fantasma é a acupuntura. Ela é normalmente aliada ao uso de remédios e consegue gerar bons resultados na maioria dos pacientes que sofrem com esse problema.
Essa técnica permite identificar, tratar e sanar dores e espasmos que ocorrem tanto em áreas amputadas como também em diversas partes do corpo. Atualmente, a nível de curiosidade, saiba que esse tipo de recurso auxilia inclusive no tratamento de enxaquecas, cólicas e até em quadros depressivos e de ansiedade generalizada.
Estimulação magnética transcraniana
Outro tratamento que recomendamos para diversos pacientes é a estimulação magnética transcraniana. Nesse sentido, a terapia consiste em alguns estímulos cerebrais feitos graças ao gerador colocado perto da cabeça do paciente.
Esses sinais (ou estímulos) ajudam a reduzir muito os espasmos, formigamentos e outros sintomas que a dor fantasma gera no indivíduo. Esse recurso também favorece a diminuição da ansiedade e da irritabilidade que esse quadro gera no(a) paciente.
Tratamento psicológico
Por último, mas não menos importante, em muitos casos também indicamos o tratamento com psicólogos e terapeutas. Principalmente em pacientes recém-amputados ou que passaram pela cirurgia devido a algum trauma e/ou acidente, a dor fantasma pode estar associada diretamente a fatores emocionais, psicológicos e que gera mal-estar e tristeza no indivíduo.
Você já conhecia os detalhes e características sobre a dor fantasma ? Para maiores esclarecimentos e uma avaliação, entre em contato conosco!
Dr. Luiz Gustavo
Anestesiologista e Médico da Dor; Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Residência médica em anestesiologia pelo Hospital Felício Rocho; Médico Anestesiologista pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia; Pós-graduado em Cuidados ao Paciente com Dor pelo Hospital Sírio-Libanês (São Paulo); Médico da Dor pela AMB; Aperfeiçoamento em Anestesia para Transplante Hepático no Hospital Paul Brousse em Villejuif (Paris) França; Anestesista Hospital das Clínicas da UFMG; Anestesista do Grupo de Transplantes do Hospital das Clínicas da UFMG; Preceptor da residência médica em anestesiologia HC-UFMG.
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Síndrome do membro fantasma | Colunistas

- 1 Como funciona a dor associada ao membro fantasma?
- 2 Homúnculo de Penfield
- 3 Dor fantasma
- 4 Sinais e sintomas
- 5 Variações de membro-fantasma
- 6.1 Referências
Grande parte das pessoas que perderam um membro ainda pode senti-lo, não associado a uma memória, mas em detalhes completos de vida. Esses indivíduos podem flexionar as áreas perdidas ou até mesmo sentir a irritação de uma pulseira no braço que perdeu, o que sugere a existência de uma espécie de mapa do organismo bem distribuído em nosso cérebro.
A síndrome do membro fantasma possui caráter neurofisiológico, portanto, na qual a parte amputada desmembra-se do corpo, mas não do cérebro, o que provoca os sintomas associados à dor denominada fantasma.
Durante longo tempo sustentava-se a crença de que as sensações provenientes de segmentos ausentes do corpo tinham origem psicológica, o que mudou a partir do século XXI, momento no qual esta crença foi substituída pela “teoria fisiológica”. Essa mudança ocorreu devido a avanços nas pesquisas cientificas que relacionaram a síndrome do membro fantasma às áreas do córtex pós-central, determinando mapas somatossensoriais. Em resumo, a síndrome do membro fantasma é uma consequência de fatores psíquicos e fisiológicos, sendo bem explicada de modo amplo pela “teoria fisiológica”.
Essa síndrome afeta a qualidade de vida pessoal e implica diretamente nas ações e atividades diárias, podendo causar baixa autoestima, alterações funcionais e emocionais. Podem surgir também sentimento de tristeza, luto, culpa e não aceitação, assim como medo de que a imagem corporal seja afetada.
Como funciona a dor associada ao membro fantasma?
Para entender melhor os mecanismos da dor fantasma, é necessário considerar todo o caminho dos impulsos nervosos que vão do membro até ao cérebro.
Os membros do corpo são repletos de neurônios sensoriais responsáveis por diversas sensações, desde as texturas que sentimos com as pontas dos dedos até a compreensão de onde o corpo se encontra no espaço. Os caminhos neuronais são designados para carregar essa entrada sensorial através da medula espinal até o cérebro. Tendo em vista que grande parte desse caminho vai muito além da região do membro, a maior parte permanece após uma amputação acidental ou intencional.
A perda de um membro altera o modo como aquelas informações, antes presentes naquela região, são transferidas até o córtex cerebral. No local de uma amputação, as terminações nervosas que foram rompidas podem “engrossar” e se tornar mais sensíveis, transmitindo sinais de perigo mesmo em resposta a uma leve pressão, amplificando a sensibilidade. Sob circunstâncias normais, estes sinais seriam reduzidos na coluna dorsal da medula espinal, entretanto, após a amputação ocorre perda desse controle inibitório nessa região da medula e os sinais se tornam mais intensos.
Posteriormente a esse caminho percorrido na medula, os impulsos nervosos são enviados para o córtex somatosensorial, onde são processados. O corpo inteiro é mapeado nesse córtex, no qual é possível visualizar que áreas representativas de muita sensibilidade nervosa, como os lábios e as mãos, são apresentadas em maior dimensão.
Desse modo, a dor no membro fantasma é uma ilusão que machuca de verdade, pois os pacientes normalmente referem sentir forte ardência, queimação ou até mesmo beliscões no membro que foi amputado. Essa dor tende a aparecer com maior frequência em pacientes que sofreram amputação traumática.
Homúnculo de Penfield
O homúnculo cortical ou homúnculo de Penfield, como é conhecido, é uma representação psiconeuroanatômica do corpo humano com proporções baseadas no tamanho da representação de cada parte do corpo no córtex cerebral. É basicamente uma imagem corporal que o homem tem dele mesmo, possibilitando reconhecer a correspondência de regiões corticais cerebrais com áreas do corpo humano. A quantidade de córtex dedicada a uma parte especifica do corpo pode crescer ou encolher com base em quanta entrada sensorial o cérebro recebe dessa parte do corpo. Por exemplo, a representação da mão esquerda é maior em violinistas do que em não violinistas, o que demonstra íntima relação com o nível de estimulação do membro. O cérebro também aumenta a representação cortical quando uma parte do corpo é ferida a fim de aumentar as sensações indicativas de perigo, sendo uma forma de alerta. Esta crescente representação pode levar à dor fantasma.
O Dr Sabbatini afirma que “no homúnculo motor, a região correspondente à boca e à língua ocupava uma área muito grande do córtex motor, assim como a do polegar e dos dedos da mão (regiões de movimentos complexos e muito finos), ao passo que a região correspondente às nádegas, pernas etc., ocupavam uma área relativamente muito menor (por terem movimentos mais grosseiros). No homúnculo sensorial, os lábios e as bochechas e as pontas dos dedos eram as que apareciam com maiores áreas, uma vez que são as mais sensíveis do nosso corpo, por terem mais sensores por centímetro quadrado que qualquer outra área do corpo, e ocupando, portanto, uma área desproporcionalmente maior do córtex” (Sabbatini, 1998).
Estima-se que o mapa cortical também é responsável pela sensação de partes do corpo que não estão mais lá porque elas ainda têm representação no cérebro. Com o tempo, essa representação pode encolher e o membro fantasma pode encolher com ele.
Dor fantasma
A dor pode ser definida como uma sensação desagradável originada por estímulos que indicam lesão tecidual e possui componentes cognitivos, sociais e físicos. A sensação dolorosa do membro amputado pode se apresentar como compressão, ardência e queimação, e estar ligada não só aos aspectos físicos, como também aos psíquicos, apesar de atualmente ser melhor sustentada a “teoria fisiológica” no caso dos amputados.
No período crítico, ou seja, na primeira semana após a amputação, todos os pacientes referem dor. Esse quadro pode desaparecer e retornar após meses ou anos, sendo comumente localizado na região distal dos membros. Existem alguns fatores de agravo da dor, tais como toque no coto, pressões fortes na região, alterações de temperatura, reflexos, dores de outras origens ou ainda o período de adaptação ao uso das próteses. Os fatores de melhora, proporcionando alívio, são o repouso, distração, elevação do segmento e massagem terapêutica no coto.
Quando ocorre a secção de um conjunto de nervos periféricos, as informações sensoriais tornam-se completamente ausentes, o que promove um hiperativação dos neurônios pertencentes ao sistema nervoso central. A reorganização do córtex pela superposição das representações dos segmentos do corpo se relaciona com a intensidade da dor que determinado membro apresenta. Assim, o processo de neuroplasticidade está envolvido com a referida reorganização e é um mecanismo chave para a reabilitação no pós-operatório de amputação.
Sinais e sintomas
Os sintomas gerais que são relatados, alguns já ditos aqui, são:
- Situações ilusórias da existência do membro;
- Parestesia;
Em casos específicos de comprometimento do plexo braquial, pode-se perceber:
- Estiramento da mão irradiando para a região do cotovelo;
- Constrição do pulso;
- Impulsos elétricos e espasmos nas mãos;
- Sensação subjetiva de desaparecimento de porções do membro.
Um caso raro e bastante curioso, mas também possível, é a duplicação de membros, no qual indivíduos relatam a presença de um membro fantasma e de um membro paralelo.
Variações de membro-fantasma
Há algumas manifestações dessa síndrome, as quais evoluem de modos diferentes dependendo das condições em que o paciente se encontra.
A tetraplegia, por exemplo, que ocorre em pacientes que foram vítimas de trauma raquimedular, pode desencadear a síndrome do membro fantasma nos quatro membros, levando a situações de grande desconforto. Além desta, outra condição que leva a sensação fantasma é a mastectomia radical. No caso da mastectomia, as pacientes relatam perceber ainda a presença dos seios mesmo após o procedimento, referindo dor e até mesmo acreditando que houve alguma falha no procedimento cirúrgico devido aos sintomas intensos e persistentes.
Tratamento
O tratamento para a dor fantasma normalmente requer uma combinação de fisioterapia, medicamentos para o tratamento da dor, próteses e tempo.
O tratamento fisioterapêutico envolve basicamente:
- Cinesioterapia ativa e resistida;
- Uso de vários objetos com participação ou não da visão;
- Dessensibilização da região do coto;
- Enfaixamento do coto;
- Reeducação postural;
- Adaptação de meias compressivas em conjunto com a prótese;
- Exercícios ativos domiciliares;
- Escolha correta de calçados.
Quanto ao tratamento farmacológico, pode-se perceber a utilização de analgésicos opioides endógenos e fármacos anestésicos locais. Os primeiros são benéficos em dores neuropáticas, a exemplo das provenientes do câncer e da neuralgia pós-herpética. Já os anestésicos podem diminuir o quadro álgico pós-amputação.
Substâncias que possuem evidência de efeitos benéficos no controle da dor proveniente do membro fantasma:
- Cloridato de Tramadol;
- Toxina botulínica.
Uma técnica denominada Terapia de caixa de espelho pode ser útil no desenvolvimento da amplitude de movimento que foi perdida e reduzir a dor no membro fantasma. Consiste no seguinte procedimento: o paciente coloca o membro fantasma numa caixa atrás de um espelho e o membro intacto na frente do espelho, o que o faz ver dois membros idênticos dos dois lados e isso “engana” o cérebro, projetando e sensação de ter ambos os membros intactos.

Cientistas estão desenvolvendo tratamentos de realidade virtual que fazem a experiência de terapia de caixa de espelho ainda mais realista. As próteses também podem criar um efeito semelhante. Muitos pacientes relatam dor, principalmente quando removem sua prótese à noite, mas com a realidade virtual os membros fantasmas são vistos como extensões do corpo devido a projeção que ocorre. Alguns estudos demonstraram que o tratamento com realidade virtual pode resultar em redução na intensidade e percepção da dor no membro fantasma e, como consequência, melhora na qualidade do sono, redução no uso de medicação para alívio da dor e melhor desempenho nas atividades cotidianas diárias.
Portanto, é notório que a amputação não significa a exclusão de uma pessoa do meio em que ela está inserida, assim como de suas atividades normalmente exercidas, mas sim uma nova fase de desafios que precisam ser enfrentados e vencidos.
Autora: Walérya Siqueira
Instagram: @waleryasb
O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
Referências
O que é Síndrome do Membro Fantasma?. Disponível em: https://blog.conforpes.com.br/dr-responde/o-que-e-sindrome-do-membro-fantasma/ . Acesso em: 12 set. 2021.
Homúnculo de Penfield. Disponível em: https://www.psicologiaprevitali.com.br/homunculo-de-penfield/ . Acesso em: 12 set. 2021.
GUIA DEFINITIVO DA SÍNDROME DO MEMBRO FANTASMA. Disponível em: https://blogfisioterapia.com.br/guia-sindrome-do-membro-fantasma/ . Acesso em: 12 set. 2021.
FERNANDES, EC; NASCIMENTO JÚNIOR, MB do.; SOUZA, FES de.; FARIAS, BRF de.; NASCIMENTO, EGC do.; MELO, V. de P.. Influência da realidade virtual e aumentada no tratamento da dor do membro fantasma: revisão integrativa. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento , [S. l.], v. 10, n. 9, pág. e5610917660, 2021. DOI: 10.33448 / rsd-v10i9.17660. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17660 . Acesso em: 12 set. 2021.
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Dor do Membro Fantasma
à medida que mais e mais veteranos norte-americanos voltam do iraque e do afeganistão com membros faltantes, cada vez mais se presta atenção a um fenômeno intrigante: os jovens soldados sentem uma dor agonizante em uma parte de seu corpo que não existe mais., por paige bierma, m.a. e chris woolston, m.s..
Apenas duas semanas depois de Christian Bagge voltar da guerra no Iraque, o tormento começou. Deitada em sua cama de hospital no Centro Médico do Exército de Brooke, em San Antonio, Bagge de repente sentiu uma dor esmagadora em seus pés. Seus pés, no entanto, não estavam lá. Depois que a unidade de 23 anos da Guarda Nacional foi atingida por duas bombas em uma estrada iraquiana em junho de 2005, Bagge acordou em um hospital militar na Alemanha com uma perna amputada acima do joelho e outra abaixo do joelho.
Foi quando o hospital do Texas começou a afastar Bagge dos narcóticos que a misteriosa dor começou. "Aconteceu de repente e parece que alguém está esmagando meus dedos com um martelo", diz o jovem nascido no Oregon.
O que Bagge estava sentindo é chamado de dor do membro fantasma (PLP), uma condição intrigante que está recebendo atenção crescente à medida que mais e mais veteranos americanos voltam do Iraque e do Afeganistão com membros ausentes.
Uma dor misteriosa
Conforme relatado no British Journal of Anesthesia, quase todos os amputados sentem pelo menos algumas sensações no membro que falta. A princípio, o membro fantasma se sente intacto, até mesmo móvel. Enquanto alguns pacientes de sorte apenas sentem leve formigamento ou sensações de calor ou frio, 60 a 80 por cento dos amputados sofrem dor real.
A dor do membro fantasma às vezes imita a dor que aflige o membro antes de ser amputada. Em outros casos, cria uma nova agonia diferente de tudo que uma pessoa já sentiu antes. Alguns pacientes com essa condição até sentem que o membro que está faltando foi torcido ou distorcido em posições impossíveis. No caso de Bagge, a dor era severa. "Na escala de dor de um a dez, eu diria que era seis ou sete", diz ele. "Mas, novamente, meu '10' está ficando com as duas pernas arrancadas."
James Roper, M.D., é o chefe de medicina física e reabilitação do Centro Médico de Veteranos de Birmingham, onde trabalhou com centenas de amputados ao longo dos anos. "A descrição mais comum da dor fantasma é que é como uma forte cãibra, como se o pé de alguém estivesse sendo esmagado em um torno", diz Roper. "Outros pacientes me dizem que é como uma dor aguda, ardente, ardente ou aguda." Muitas vezes o cérebro parece reproduzir a dor que o paciente sentiu naquele membro antes de ser amputado. "Eu vou ter veteranos me dizendo: 'Parece que quando eu levei um tiro'", diz Roper.
A dor do membro fantasma geralmente aparece nos dias após a amputação. No entanto, algumas pessoas sentem primeiro os anos de dor ou mesmo décadas depois de perder um membro. Um paciente, descrito em uma edição de 1999 da revista Pain, sentiu uma nova dor na perna que não existia há 44 anos. Não é de admirar que um relatório de 2004 da American Pain Foundation chamou a condição de "uma das formas mais misteriosas de dor conhecida na medicina".
Mas o progresso foi feito. Não muito tempo atrás, as pessoas com dor no membro fantasma eram frequentemente informadas de que estavam imaginando coisas ou enlouquecendo. Enquanto muitas questões permanecem, não há mais nenhuma dúvida de que a dor do membro fantasma é um problema físico decorrente dos nervos cortados que uma vez conectaram o membro ausente.
Aqui está uma das principais teorias, como os melhores pesquisadores podem explicar: os nervos que permanecem no coto continuam enviando mensagens para o cérebro, e o cérebro se esforça para processar as informações. Como explicado pela American Pain Foundation, o cérebro tem dificuldade em entender a perda de um membro, por isso tenta recriar o membro usando os sinais nervosos como um guia. Por razões que ninguém entende, o cérebro muitas vezes traduz esses sinais em dor. É como se o cérebro precisasse de uma confirmação forte e impossível de ignorar de que o membro ainda existe.
"A experiência da dor é tão real quanto se o membro ainda estivesse lá", diz Roper. "Mas a verdade é que ainda não há uma explicação muito boa sobre o que exatamente causa isso."
Zerando o tratamento
Neste momento, não há tratamento único para a dor do membro fantasma. Os médicos geralmente têm que escolher muitas possibilidades diferentes para encontrar a melhor abordagem para cada paciente.
Christian Bagge e seus médicos tentaram muitos tratamentos diferentes, e a maioria deles não foi muito eficaz, de acordo com o nativo de Oregon. "Nós tentamos toneladas de coisas: banhos quentes e frios, almofadas de aquecimento, automassagem, estimulação elétrica nervosa e drogas", diz ele. "Algumas das coisas que funcionaram para outros caras não funcionaram para mim e vice-versa." Enquanto os banhos quentes e frios pareciam funcionar e a automassagem também ajudou, Bagge diz que sua pior dor geralmente acontecia à noite. Nesse momento, os analgésicos narcóticos eram sua primeira escolha.
O tratamento pode ser extremamente desafiador, de acordo com Roper. "Estamos muito melhor do que estávamos após a Segunda Guerra Mundial", diz ele, observando que os avanços na pesquisa, melhores analgésicos e próteses de última geração ajudaram muito os amputados de hoje. "Mas ainda há muito espaço para melhorias."
Segundo relatos da American Pain Foundation, medicamentos que acalmam os nervos são um tratamento padrão. As opções incluem drogas anticonvulsivas, como a carbamazepina (Tegretol, Epitol) ou antidepressivos tricíclicos, como a amitriptilina. Alguns analgésicos, incluindo opioides e lidocaína, também podem ser eficazes. Muitas vezes, é um processo de tentativa e erro para encontrar o que funciona melhor, e há várias drogas dentro dessas categorias de medicamentos que podem ser combinadas para um alívio efetivo da dor.
Medicamentos podem ser combinados com terapias alternativas para alívio da dor, incluindo estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), acupuntura ou feedback biológico. Embora essas técnicas não tenham sido exaustivamente testadas sobre a eficácia com que aliviam a dor do membro fantasma, um pequeno estudo de 2005 publicado na Applied Psychophysiology and Biofeedback sugere que o feedback biológico pode trazer alívio.
Em outra nova abordagem, os pesquisadores usaram a terapia de espelho com algum sucesso para aliviar a dor nas mãos, braços e pés amputados. A terapia de espelho funciona quando um paciente vê a si mesmo mover seu membro intacto em um espelho e posiciona o espelho de tal maneira que parece que o membro que está faltando ainda está intacto. Ninguém sabe ainda exatamente por que isso ajuda a reduzir a dor, mas alguns pesquisadores suspeitam que células cerebrais no lado do corpo que não foram feridas são ativadas por essa estimulação visual. Outros acreditam que a aparência visual do movimento no membro amputado pode reduzir a atividade das vias de detecção da dor.
Uma coisa que os médicos estão descobrindo uma e outra vez é que a terapia com espelho funciona. Em um estudo de 2007, pesquisadores do Centro Médico do Exército Walter Reed relataram que 100% dos pacientes que sofriam de dor em membros fantasmas experimentaram uma diminuição na dor com terapia de espelho, em comparação com apenas 17% dos pacientes que tentaram a mesma terapia com um espelho coberto e 33 por cento dos pacientes que tentaram visualização mental.
Além das terapias de alívio da dor, a superação da dor fantasma geralmente requer tratamento psicológico. Perder um membro, afinal de contas, é um evento traumático e transformador para qualquer pessoa, e os pacientes precisam de apoio social à medida que retornam gradualmente às suas vidas. Segundo Roper, os pacientes têm uma chance maior de sucesso se trabalharem com uma equipe de especialistas, incluindo médicos, cirurgiões, psicólogos e fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Também é crucial: próteses bem ajustadas e funcionais.
"Com base na minha experiência, as pessoas que fazem o melhor em recuperação parecem ser aquelas que têm uma equipe inteira trabalhando com elas e fazem tudo o que podem para se tornarem ativas novamente", diz Roper. "Eles são mais propensos a participar das atividades que são significativas para eles e proporcionar-lhes prazer na vida. É realmente incrível o que o espírito humano pode superar."
Infelizmente, muitos amputados ainda estão vivendo com dores desnecessárias. Um estudo de 2006 publicado no Archives of Physical Medicine and Rehabilitation descobriu que 53 por cento de todos os pacientes com dor no membro fantasma - 38 por cento deles com dor severa - não receberam nenhum tratamento.
Prognóstico a longo prazo
A maioria das sensações fantasmas, incluindo a dor, tendem a se tornar menos vívidas ao longo do tempo. Muitos pacientes dizem que parece que o membro fantasma gradualmente encolhe.
Para Christian Bagge, os episódios diminuíram em intensidade e frequência. Considerando que eles costumavam pará-lo em suas trilhas várias vezes ao dia por 10 minutos de cada vez, agora eles vêm principalmente à noite, e apenas um par de vezes por semana.
"Eu acho que acabei de me acostumar com isso", diz Bagge, que agora tem 24 anos e caminha - até mesmo corre - em pernas protéticas. Ele ainda recebe fisioterapia no Centro Médico do Exército de Brooke e toma analgésicos leves para sua dor noturna. "Eu tenho dor durante o dia, mas é administrável. Quando você está ocupado fazendo outras coisas, pode esquecer isso. Mas à noite, quando tudo está quieto, é quando o mostrador de dor é acionado."
O dia em que conversamos com Bagge foi o dia em que ele havia se aposentado oficialmente da Guarda Nacional. Ele planeja voltar para a faculdade, talvez até para a faculdade de direito um dia, e pretende retornar à sua vocação adolescente (pré-militar) de tocar bateria na banda de rock cristão de seu irmão - se, ele diz, ele conseguir suas próteses para manter a batida. Por enquanto, ele e sua esposa estão construindo uma nova casa em San Antonio, e Bagge foi contratado como palestrante motivacional para vários shows por todo o país.
Perguntado por que achava que sua dor fantasma havia diminuído, Bagge se voltou para seus sonhos. "Minha teoria é que meu cérebro finalmente começou a aceitar que meus membros se foram", diz Bagge. "O psicólogo militar aqui - você sabe, aquele para o qual todo cara que volta da guerra tem que ir - diz que quando você começa a sonhar com sua prótese é quando seu cérebro realmente a aceita."
"E agora eu comecei a sonhar que estou correndo, mesmo voando, com essas pernas."
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Referências
Terapia de Espelho para Dor do Membro Fantasma. New England Journal of Medicine. Volume 357, Número 21. 22 de novembro de 2007. http://content.nejm.org/cgi/content/full/357/21/2206
Hanley, M.A. et al. Tratamentos autorrelatados para dor fantasma de membros inferiores: achados descritivos. Arquivos de Medicina Física e Reabilitação. Fevereiro de 2006. 87 (2): 270-277.
American Pain Foundation. Perguntas e respostas: dor do membro fantasma. Fevereiro de 2005. http://www.painfoundation.org/page.asp?file=QandA/Phantom.htm.
Cleveland Clinic Phantom Limb Pain. Dezembro de 2004.
Harden et al. Biofeedback no tratamento da dor do membro fantasma: uma análise de séries temporais. Psicofisiologia Aplicada e Biofeedback. Março de 2005. 30 (1): 83-93.
Entrevista com Christian Bagge, ex-membro da Guarda Nacional do Oregon, veterano da guerra do Iraque e amputado
Entrevista com James Roper, M.D., Chefe de Medicina Física e Reabilitação do Centro Médico de Veteranos de Birmingham, Alabama.
Nikolajsen, L. e T.S. Jensen. Dor do membro fantasma. Revista Britânica de Anestesia. 2001. 87 (1): 107-116.
Rajbhandari, S.M. et al. Dor neuropática diabética em uma perna amputada há 44 anos. Dor. 1999. 83: 627-629.
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Resumo. A dor do membro amputado é uma seqüela comum da amputação de um membro do corpo e, até os dias de hoje, a sua etiologia não está totalmente
Revisão Sistemática sobre tratamento medicamento- so para dor no membro fantasma. Rev Neurocienc 2014;22:177-88. http:// dx.doi.org/10.4181/RNC.2014.22
A dor normalmente não envolve o membro fantasma, mas pode envolver. Outros sintomas de neuroma incluem sensações incomuns e incômodas que ocorrem sem um
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